segunda-feira, 22 de março de 2010

Quem disse que esquiar é fácil?



Não vou falar de Madri agora não. Vou falar de Chamonix, um lugar lindo de morrer na França, bem do lado de Genebra. O forte lá é o esqui e eu, como uma grande esquiadora, não poderia deixar de ir.

(só para esclarecer eu nunca aprendi a andar de patins, nem patinar no gelo e quando eu era pequena, até na hora de descer do teleférico, quando a cadeirinha estava chegando e tinha que se preparar para descer com ela em movimento, eu morria de medo... vejam bem... imagina aos 32 anos pisar em um esqui primeira vez...)



De toda forma, foi uma viagem incrível, sete casais de amigos brasileiros vivendo pela Zoropa e até em Dubai. Mais legal ainda foi ter compartilhado com tantas outras meninas essa experiência de morar um tempo por aqui, com tudo de bom e de ruim que essa experiência possa ter. E é muito bom ver como nós mulheres vivemos questões muito parecidas, por mais diferentes que sejamos, e que vão desde angústias existenciais, até questões estéticas das mais básicas.... ADORO isso...

E se matar de dar risadas com musiquinhas bestas e incríveis, do tipo bolinha ou jesus cristo... Bom demais.

Mas voltando ao esqui.... o lugar era lindo. Essa foi a primeira montanha que fomos:



E logo abaixo estou eu, em uma relação muito harmônica com o esqui:
















Dá para imaginar que essa primeira experiência foi quase traumática. ODIEI! Daí, no segundo dia fomos num outro lugar e eu e a Fe fizemos uma aula. Nós e todas as criancinhas de três anos que parecem que já nascem com o esqui no pé. Mas daí foi bacana. Deu para brincar e se divertir e sentir um pouco o pique do esquí.
Mas já deu. Experiência inesquecivel que vai ficar na memória. Principalmente por ter compartilhado com amigos tão especiais e por ter voltado com dores em músculos que eu nem sequer sabia que faziam parte do meu corpo...

terça-feira, 9 de março de 2010

Seguridad Ciudadana en Madri

Bom, como prometi para a Lara, vou postar algo sobre segurança e prevenção da violência aqui em Terras Madrileñas.

Tenho colaborado com um projeto aqui que se chama Programa Comunitário de Seguridad Ciudadana: Seguridad en Diversidad. É um programa de 3 anos que está sendo coordenado pela IE University (área de psicologia) em parceria com a União Européia. Um programa interessante que busca criar uma metodologia de gestão participativa de seguridad ciudadana (será que já vi isso em algum lugar?).

Para isso, desenvolve algumas linhas de atividades paralelas:
-uma ampla pesquisa concentrada no Distrito Centro de Madri, região com maior concentração de crimes e sensação de insegurança, e que está identificando fatores de risco, perfil do delinquente, principais crimes, e serviços e programas preventivos;
- implantação de um serviço de atendimento às vítimas;
- e uma dimensão internacional, para intecambiar experiências na área (O Brasil é o grande foco dessa atividade).

É um projeto grande a ambicioso, que vive os tradicionais desafios de implantar um trabalho como esse. Mas tem sido muito interessante. Eu tenho contribuido com a intermediação com o Brasil, para auxiliar essa aproximação e ver se sai algo mais concreto (até fizemos uma reunião na Embaixada Brasileira, que está apoiando bastante) e com a organização de Colóquios Vecinales, reuniões nos 6 bairros que compõem o Distrito Centro de Madri (já vi isso também...) e depois com um Foro Comunitário do Distrito Centro como um todo.

Agora, a realidade daqui é muito diferente do Brasil. Não existe a mesma disposição de se organizar e fazer algo acontecer, assim, na raça (em relação às atividades comunitárias), como fazemos aí, também não tem a mesma criatividade...

Tem um montão de serviços que são oferecidos (claro que a demanda é sempre maior) e o curioso é que o local que concentra mais crimes e sensação se insegurança da cidade, concentra também muitos serviços sociais. Sem contar a questão da imigração, que é o que mais pega por aqui e costuma permear todas as discussões sobre seguridad ciudadana.

Outra coisa que me chamou a atenção é como ainda há poquissíma interlocução entre polícia e sociedade civil... Incrível... Há uma Mesa de Coordenação de Espaços Públicos, que reúne trabalhadores dos servicios sociales, que trabalham com a população de rua e as minorias. Conseguimos aproximar as polícias desse grupo e agora já está sendo planejada uma ação conjunta. Grande conquista. O preconceito de parte a parte é grande...

E assim os dias passam....

Outro dia, saindo de uma reunião, fomos tomar uma cerveja, no Bairro de Lavapiés, no Centro de Madrid, onde está se sede do Programa. Num local delicioso que vou almoçar sempre. Uma mesa com uma brasileira, duas madrileñas, um marroquí, uma alemã e um nicaraguense. Sensacional... Chegou uma hora que o marroquí já estava ensinando a alemã a falar espanhol, muito cômico... Essa diversidade é incrível!!