sábado, 29 de maio de 2010

Cuando las piedras vuelen

Flamenco. Desde que cheguei na Espanha ainda não tinha ido ver um espetáculo de flamenco. Fui.

É realmente impressionante. A força, a paixão, a sutileza. Não foi um espetáculo tradicional, que é muito bacana, mas um espetáculo contemporâneo. Que rompe com a estética tradicional flamenca, mas que apresenta todos seus elementos, como no hip hop: a dança, o canto, a melodia e a percussão corporal e de solo. Realmente incrível.

Trata-se da compania de flamenco Rocío Molina, com o espetáculo Cuando las piedras vuelen. Reproduzo abaixo o texto que descreve um pouco da sensacão que o espetáculo transmite:

Siete treinta de la mañana. El sol comienza a derramarse sobre el Mediterráneo a través de una neblina, que dificulta saber su exacta procedencia, y parece extenderse sin fuente sobre la superficie del agua. El mar se nos muestra en calma y extraño: inmóvil. En su quietud nos habla de su fuerza, del movimiento latente que en definitiva es la vida.

El hombre intuye algo en la naturaleza de las cosas que no puede comprender, ni poseer, algo que siente está fuera de los parámetros que rigen nuestro devenir cotidiano, y este algo se nos hace importante, incluso necesario. Esto, de lo que hablo, es difícil de verbalizar y su expresión se nos aparece como privilegio del arte. Hablo de lo inmaterial del arte, no de su forma, ni de su apariencia.

Cuando ves sobre el escenario a Rocío Molina percibes una sensación similar. Su cuerpo emerge poderoso y débil al mismo tiempo, fuerte y delicado, nos revela aquello que soñamos o intuimos que debiera ser una vida plena. Al verla bailar hay un momento que crees no entender lo que sucede, cuando en realidad lo que sucede es que comienzas a comprender: comprender aquello para lo que no existen palabras: un suspiro que nos conecta con la naturaleza de las cosas.

Doce y pico de la noche. El día se fue entre recuerdos del mar y del baile de Rocío, extrañamente unidos, y me voy a la cama con imágenes de grandes piedras, rocas que parecen palpitar, respirar y entre ellas es como si naciera la esencia del movimiento, como si estuvieran a punto de romperse en pedazos para alumbrar un baile: un baile hermoso.
Carlos Marquerie ( http://www.teatrodelalaboral.com/es/events/76)

E para ver um pouquinho: http://www.youtube.com/watch?v=XNiOSU1_C6g&feature=related

Depois do espetáculo, nada melhor que comer uma paella e tomar uma sangria. Parece coisa de turista, mas o fato é que os espanhóis adoram: um bom arroz e uma sangria (ou tinto de verano) no verão...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Uma porção de coisas

Por aqui sigo rumo à reta final. Falta muito ainda, mas já dá um apertinho.

A primavera aqui é um paraíso. E dura pouco, segundo os madrileños, uns 10 dias. E só. Depois vem o inferno, o calor insuportável do verão. Não tem problema. Eu quero esse calor assim mesmo.

Cada caminhada, por cada lugar novo ou por cada lugar já conhecido, continua sendo uma delícia. E a noite, que só chega às 22h (da tarde, ou 10 da tarde, como dizem por aqui...) combina direitinho comigo, que sou, de fato, uma pessoa diurna. E as bebidas de verão, tinto de verano, sangria e a boa e velha caña (essa, de todas as estações). E é impressionante como a cerveja daqui é bem mais forte que a de lá. Duas cañitas e já dá aquela zonzeira.

Estar aqui longe de tudo (ou quase...) proporciona um autoconhecimento tão bacana. E é inevitável não comparar. A civilidade daqui com a civilidade de lá.

Amigos novos. Da França, da China, do Perú, da Venezuela e da Espanha. Que delícia. Intermulticulturalidade.

Mas aqui furtam a bolsa no restaurante. Igual que lá, igual que Londres e igual que muitos outros lugares. É só deixar a bolsa sem olhar por alguns instantes e já era...

unnnn... E amanhã, Paris...